segunda-feira, 14 de abril de 2014

Segunda-feira da Semana Santa - Jo 12,1-11

A ceia em Betânia é marcada pela intimidade e a amizade. É, talvez, o último momento tranquilo de Jesus antes de sua paixão e dos dias bastante agitados em Jerusalém. Jerusalém, em períodos de festa como a Páscoa, chegava a receber entre 50 e 80 mil peregrinos; e tinha cerca de 50 mil habitantes. Por isso era uma agitação geral. Porém, o coração de Jesus estava agitado por outro motivo: percebia que sua hora havia chegado.
Neste momento de intimidade e amizade, na ceia, parece que Maria percebe a profunda comoção do coração de Jesus. Isso nós vemos pelas próprias palavras de Jesus: “deixai, o que ela faz é em vista a minha sepultura”. Os gestos de Maria em relação a Jesus são bastante exagerados. Parece que no coração dela havia uma percepção profunda de uma grande despedida. Por isso ela não economiza em nada, vejamos: “Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume”.
Outro personagem central do texto é o de Judas que, ao ver os gestos carregados de afeto e o valor do perfume que estava sendo derramado por Maria em Jesus, comenta com um raciocínio frio, que na verdade encobria seus reais motivos: “Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava”. A resposta de Jesus a essa forma racionalista – e, no fundo, interesseira – é que a atitude de Maria é um gesto de amor, que já antecipa o momento da sua morte, onde ele será ungido como todo judeu, para ser sepultado.
A segunda parte da resposta de Jesus ao questionamento de Judas é: “Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis.” Revela que, aquilo que é gasto com Jesus na sua Igreja – que é seu corpo, especialmente na liturgia – não é um desperdício, e sim uma forma justa de honrá-lo.
Que nesta segunda-feira da Semana Santa, o exemplo de Maria, que percebeu o sofrimento no coração de Jesus que via que sua hora estava chegando, nos ajude a mergulhar neste tempo, em união profunda com Jesus.

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